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quinta-feira, 10 de março de 2016

Irmã Dulce

A fragilidade de Irmã Dulce era apenas aparente. A miudinha freira de um metro e cinquenta, raro exemplo de bondade e amor, foi arquiteta de uma das mais notáveis obras sociais do Brasil.

Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes (1914-1992) nasceu em Salvador, Bahia, no dia 26 de maio de 1914. Filha de Augusto Lopes Pontes, dentista e professor da Universidade Federal da Bahia e de Dulce Maria de Souza Brito Lopes Pontes. Desde criança desejava seguir a vida religiosa e rezava muito, pedindo algum sinal que mostrasse se deveria ou não seguir esse caminho.

Ainda na adolescência, começou a desenvolver a sua missão de ajudar os mendigos, carentes e enfermos. Aos treze anos, foi recusada pelo convento de Santa Clara por ser muito nova. Na época, já inconformada com a pobreza, amparava miseráveis e carentes. Aos 18, recebeu o diploma de professora e entrou para a Congregação da Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, do Convento de São Cristóvão, em Sergipe. Com os votos de profissão de fé, de Maria Rita para Irmã Dulce, em homenagem à mãe, voltou a Salvador, onde trabalhou como enfermeira voluntária e professora de Geografia. Sem vocação para lecionar, dedicou-se ao trabalho social nas ruas. Começou prestando assistência à comunidade favelada dos bairros de Alagados e de Itapagipe.

De volta a Salvador, já como freira, sua primeira missão foi ensinar em um colégio mantido por sua congregação religiosa. Em 1936, com 22 anos, fundou a União Operária São Francisco, juntamente com o Frei Hildebrando Kruthaup. Deve-se à Irmã Dulce a criação do Colégio Santo Antônio, voltado para os operários e suas famílias. Importante também foi a sua participação na criação de um albergue para doentes, localizado no convento de Santo Antônio, o que depois iria se transformar no Hospital Santo Antônio.

Em 1980, durante a primeira visita do Papa João Paulo II, ao Brasil, Irmã Dulce foi convidada a subir no altar e recebeu do Papa, um terço e ouviu as seguintes palavras: "Continue, Irmã Dulce, continue".

Em 1988, foi indicada ao Nobel da Paz pelo então Presidente do Brasil José Sarney, com o apoio da rainha da Suécia. Em 2000, recebeu do Papa João Paulo II, o título de "Serva de Deus". Durante mais de cinquenta anos a Irmã dedicou-se a dar assistência aos doentes, pobres e necessitados.

Irmã Dulce começou a apresentar problemas respiratórios, tinha uma saúde frágil, mas não parou seu trabalho. Já debilitada, foi internada no Hospital Português da Bahia, e depois transferida para a UTI do Hospital Aliança e finalmente para o Hospital Santo Antônio. No dia 20 de outubro de 1991, Irmã Dulce recebeu a visita do Papa João Paulo II, para receber a benção e a extrema-unção. Irmã Dulce faleceu em Salvador, no dia 13 de março de 1992. Seus restos mortais estão enterrados na Capela do Hospital Santo Antônio.

A Irmã Dulce foi beatificada pelo Papa Bento XVI, em 10 de dezembro de 2010. Desde que Irmã Dulce virou beata, já chegaram mais de 3.000 relatos de graças alcançadas pela sua intercessão. Deles, três foram considerados consistentes e começaram a ser analisados por peritos, em Salvador.

Em outubro , o Vaticano confirmou um milagre atribuído à religiosa baiana: a recuperação de uma mulher desenganada depois do parto. A cerimônia de beatificação foi realizada na cidade de Salvador, presidida pelo Arcebispo emérito de Salvador, Dom Geraldo Magela Agnelo, enviado do Papa Bento XVI. Caso seja comprovado um segundo milagre, Irmã Dulce será canonizada.

"Miséria é a falta de amor entre os homens" - Irmã Duce
Em 27 de novembro de 2014, estreou do filme biográfico sobre Irmã Dulce, intitulado homonimamente Irmã Dulce, rodado inteiramente em Salvador, que mostra a trajetória da freira na infância, fase adulta e últimos anos de vida. Narra seu ativismo social desde a época da juventude até a construção das Obras Sociais Irmã Dulce.
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Davi Holanda

Editor

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