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sexta-feira, 24 de junho de 2016

Dercy Gonçalves


Dolores Golçalves Costa nasceu no dia 23 de junho de 1905, mas foi registrada só em 1907. Com uma família muito pobre, ela morava no interior do Rio de Janeiro. Na época era muito comum registrar os filhos mais tarde, pela falta de acesso a cartórios e informações da importância de um registro.

Filha de alfaiate, chamado Manuel Gonçalves Costa e de lavadeira, chamada Margarida Gonçalves Costa. Sua mãe abandonou o lar e os sete filhos ao descobrir a infidelidade do marido.
Dercy foi criada pelo pai alcoólatra. Cresceu convivendo com o pai bêbado em casa e sofreu muito com o abandono da mãe, de quem nunca mais teve notícia.


Para ajudar nas despesas de casa, Dercy foi trabalhar em uma bilheteria de cinema. Vendo os filmes nas horas de expediente do serviço, aprendeu a se maquiar e atuar como as artistas. Seu sonho era seguir carreira artística. Mesmo não sendo ainda atriz profissional, apresentava-se em teatros improvisados para hóspedes dos hotéis em sua cidade.

Aos dezessete anos, fugiu de casa para Macaé embaixo do vagão de um trem. Ela fugiu pois queria se juntar à Companhia de Maria Castro.


Após um tempo morando em Macaé e trabalhando no teatro circense, o circo teve que partir para se fixar em outra cidade e fazer apresentações novas. Então, ela foi junto com a Companhia para Minas Gerais, onde estreou em 1929, em Leopoldina. Fazendo teatro itinerante, fez dupla com Eugênio Pascoal em 1930, com quem se apresentou por cidades do interior de alguns estados, sob o nome de "Os Pascoalinos".

Dercy se apaixonou por Eugênio Pascoal, que foi seu primeiro namorado, aos 25 anos. Dercy dissera uma vez em entrevista que ele a violentou sexualmente. Ela conta, que, na noite em que perdeu a virgindade, usava uma camisola feita de saco de arroz: "Tinha escrito no peito: Indústria Brasileira de Arroz Agulhinha, arroz de primeira", contou. Após alguns anos, eles se separaram.

Enquanto excursionava com a trupe pelo interior de Minas Gerais, Dercy contraiu tuberculose, tendo que se afastar do circo. Um exportador de café mineiro chamado Ademar Martins Senra a conheceu quando passava próximo a tenda do circo, e se encantou por ela. Ele pagou todo o seu tratamento.


Depois de curada, em 1934, tendo largado o circo, teve um romance com o exportador de café mineiro Ademar Martins. Desse relacionamento de 2 anos, nasceu sua única filha, em 1936, Maria Dercimar Gonçalves. Mesmo tendo registrado a filha, Dercy foi mãe solteira e cuidou sozinha.

Voltando para o teatro, especializou-se em comédia e improviso. Na televisão, chegou a ser a atriz mais bem paga da TV Excelsior, em 1963, onde também conheceu José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni.

De 1966 a 1969, apresentou na TV Globo um programa de auditório de muito sucesso, Dercy de Verdade, que acabou saindo do ar com a intensificação da censura no país após o AI-5.

No final dos anos 1980, Dercy passou a integrar corpos de jurados em programas populares, como em alguns apresentados por Silvio Santos, e até aparições em telenovelas da Rede Globo. No SBT voltou a experimentar um programa próprio que, entretanto, teve curtíssima duração.

Recebeu, em 1985, o Troféu Mambembe, numa categoria criada especificamente para homenageá-la: Melhor Personagem de Teatro.

Em 1991, foi enredo ("Bravíssimo - Dercy Gonçalves, o retrato de um povo") do desfile da Unidos do Viradouro, na primeira apresentação da escola no Grupo Especial das escolas de samba do Carnaval do Rio de Janeiro. Na ocasião, Dercy causou polêmica ao desfilar, no último carro, com os seios à mostra.

Em 4 de setembro de 2006, aos 99 anos, recebeu o título de cidadã honorária da cidade de São Paulo, concedido pela câmara de vereadores desta capital.

Dercy Gonçalves faleceu no dia 19 de julho de 2008, aos 101 anos de idade, no Hospital São Lucas, em Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro.

Por: As Mina na História
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Davi Holanda

Editor

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